Dlim... dlim... dlim... dlim
Já se ouve lá ao fundo pelos quinteiros da Granja a sineta descompassada, manejada por mão pouco habituada ou menos hábil,a anunciar a visita pascal. Está um lindo dia de sol e pela falta de chapéu sou obrigado a colocar a mão em formato de pala para tentar descobrir a que distancia vem o cortejo com a cruz. De cá de cima e em pé na calçada, ao portão de entrada, consigo visualizar os movimentos do juíz da cruz e dos acompanhantes, denunciados pelo esvoaçar das opas brancas e vermelhas que trazem vestidas.
Desvio o olhar ao ouvir: - Tenha santa Páscoa. Era o "Manel Galaró" em passo apressado levando na mão um folar de páscoa.
Esta ocasional circunstancia transportou-me para as reminiscências do passado... Os ovos, os folares, a regueifa, presentes tradicionais da Páscoa dos padrinhos aos afilhados, agora substituídos por ovos de chocolate, amêndoas e por dinheiro...
Durante o Compasso ( ou seja, a visita do pároco )eram oferecidos ao padre meia duzia ou uma duzia de ovos. Hoje, igualmente, esta oferta é substituída por dinheiro.
O folar representa ainda o presente dos padrinhos aos afilhados, impondo-se como preceito irem estes recebê-lo a casa daqueles no Domingo de Páscoa. Todavia, a obrigação cessa aquando do casamento desses mesmos afilhados.
Ainda vai permanecendo a tradição de colorir os ovos inteiros, cozendo-os, utilizando a infusão com casca de cebola e a erva-moleirinha.
Dlim.... dlim... dlim... dlim...
Entretanto, chegou o Compasso!
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