E... o Alto Minho tão perto.

domingo, novembro 14, 2010

Em vésperas de ir embora...

... para Monte Córdova, às portas de Santo Tirso.
Estes dias têm sido passados num estado de espírito alterado. Uma qualquer coisa sem importância é suficiente para vir ao de cima a irritação, e depois para desajudar é este tempo de chuva, de ventania desabrida em que até a falta de energia durante uma boa parte da noite se tornou um sério incómodo.
Bem, se calhar não é nada do que atrás foi dito que está na base do desassossego. É, sim, o aproximar-se a partida para outras paragens, a despedida a este pedaço de terra que me absorveu muito suor, que esventrei com sacholas, sachos e arados... terra mãe que guardou dentro de sí  e deixou germinar as sementes dos frutos por mim semeados e, alegremente, também por mim colhidos quando maduros.

Laurus nobilis, árvore perenifólia da familia das Laureáceas, de folhas
  aromáticas, usadas como condimento.

Hoje o tempo melhorou bastante e metemos mãos à tarefa de colher as bagas de loureiro para semear na horta de Codeçais que é o nosso novo destino.

Há anos atrás fizemos algo de semelhante dos muitos pés do vulgar loureiro "Laurus nobilis" que existiam aqui no Cordão da Granja. Fomos semeando as bagas ordenadamente na extrema de uma das leiras e hoje é a planta que temos em maior abundância, mas tem um problema, é que o loureiro não gosta de ser transplantado, dá-se mal nas terras onde não nasceu, porque senão levavamos alguns pés e plantavamos em Codeçais. É mais seguro levar a semente.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Um lugar para viver

Projectos de vida! Pois, todos fazemos projectos com maior ou menor ambição para o entardecer da vida. E nós também os fomos alimentando, num desejo maior de passar os dias junto da natureza, a preciar o correr das horas, a ver medrar as plantas semeadas e colher os frutos, a acompanhar o crescer das árvores plantadas, a ouvir o barulhar das águas vindas da nascente e a caír nos tanques, a escutar o silêncio e a fala do vento, ou então a esperar a visita da chuva... e a desejar que se vá depressa para dar lugar ao sol.
Um dia imaginamos tudo isto e assim estava a decorrer.
Viemos cá para o Alto Minho nesse desejo só nosso. Mas esquecemos o melhor de tudo: o calor dos afectos da familia, dos filhos e sobretudo dos ternurentos beijos doces e molhados dos netos que estão longe. Ah! esta ausência... não os poder ter todos os dias... abafa e não deixa respirar, mata o desejo antigo que para trás ficou dito.
Vai ser preciso tomar decisões e já. Rumar para mais perto deles parece ser a decisão mais acertada, logo teremos de dizer "by , by"  ao Cordão da Granja  e, sem GPS ou SCUTs rumar até Santo Tirso, mais propriamente até Monte Córdova, terra de romanceios e lendas, de bruxas e mezinhas, festas e romarias, de gente de índole franca, generosa. Lá, vamos recomeçar e pôr em prática tudo o que idealizamos em Mentrestido, cá no Alto Minho.